domingo, 26 de dezembro de 2010

CEDER


Por que será que nos lamentamos tanto quando nos decepcionamos, perdemos e erramos?
O mundo não acaba quando nos enganamos; ele muda, talvez, de direcção.
Mas precisamos tirar partido dos nossos erros.
Por que tudo teria que ser correcto, coerente, sem falhas?
As quedas fazem parte da vida e do nosso aprendizado dela.
Que dói, dói.
Ah! Isso não posso negar! Dói no orgulho, principalmente.
E quanto mais gente envolvida, mais nosso orgulho dói.
Portanto, o humilhante não é cair, mas permanecer no chão enquanto a vida continua seu curso.
O problema é que julgamos o mundo segundo nossa própria maneira de olhar e nos esquecemos que existem milhões e milhões de olhares diferentes do nosso.
Mas não está obrigatoriamente errado quem pensa diferente da gente só porque pensa diferente.
E nem obrigatoriamente certo. Todo mundo é livre de ver e tirar suas próprias conclusões sobre a vida e sobre o mundo. Às vezes acertamos, outras erramos.
E somos normais assim. Então, numa discussão, numa briga, pare um segundo e pense: 'E se eu estiver errado?'
É uma possibilidade na qual raramente queremos pensar.
Nosso 'eu' nos cega muitas vezes. Nosso ciúme, nosso orgulho e até, por que não, nosso amor. Não vemos o lado do outro e nem queremos ver. E somos assim, muitas vezes injusto tanto com o outro quanto com a gente mesmo, já que nos recusamos a oportunidade de aprender alguma coisa com alguém.
E é por que tanta gente se mantém nessa posição que existem desavenças, guerras, separações.
Ninguém cede e as pessoas acabam ficando sozinhas.
E de que adianta ter sempre razão, saber de tudo, se no fim o que nos resta é a solidão?
Vida é partilha. E não há partilha sem humildade, sem generosidade, sem amor no coração.
Na escola, só aprendemos porque somos conscientes de que estamos lá porque não sabemos ainda; na vida é exactamente a mesma coisa.
Se nos fecharmos, se fecharmos nossa alma e nosso coração, nada vai entrar.
E será que conseguiremos nos bastar a nós mesmos?
Eu duvido. Não andamos em cordas bambas o tempo todo, mas às vezes é o único meio de atravessar.
Somos bem mais resistentes do que julgamos; a própria vida nos ensina a sobreviver, viver sobre tudo e sobretudo.
Nunca duvide do seu poder de sobrevivência!
Se você duvida, cai.
Aprenda com o apóstolo Pedro que, enquanto acreditou, andou sobre o mar, mas começou a afundar quando sentiu medo.
Então, afundar ou andar sobre as águas?
Depende de nós, depende de cada um em particular.
Podemos nos unir em força na oração para ajudar alguém, mas só esse alguém pode decidir a ter fé, força e coragem para continuar essa maravilhosa jornada da vida.
Deus não prometeu Dias sem Dor;
Risos sem Sofrimentos;
Sol sem Chuva.
Ele prometeu Força para o Dia;
Conforto para as Lágrimas e Luz para o Caminho.

Letícia Thompson

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A MINHA ÁRVORE DE NATAL


Quisera Senhor neste Natal, armar uma árvore dentro de meu coração e nela pendurar, em vez de presentes, o nome de todos os meus amigos.
Os amigos de longe e de perto, os antigos e recentes, os que vejo todos os dias e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que, às vezes, ficam esquecidos.
Os constantes e os intermitentes, os das horas difíceis e os das horas alegres.
Os que, sem querer, eu magoei e os que, sem querer, me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles que me são conhecidas só as aparências.
Os que pouco me devem e aqueles a quem devo muito.
Os meus amigos humildes e os meus amigos importantes.
Os nomes de todos que já passaram pela minha vida.
Os que me estimam e admiram sem eu saber e, os que amo e estimo sem lhes dar a entender.
Quisera, Senhor, neste Natal armar uma árvore de raízes muito profundas para que seus nomes nunca mais sejam arrancados de minha vida.
Uma árvore de ramos muito extensos para que os novos nomes, vindos de todas as partes, venham juntar-se aos já existentes.
Uma árvore de sombra muito agradável para que nossa amizade, seja um momento de repouso no meio das lutas da vida.