quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ESCOLHAS DE UMA VIDA

A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do cepticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de actriz, será quase impossível conciliar com a arquitectura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.

As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que reflectir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.

Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas acções.

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!

Pedro Bial

5 comentários:

..Júnior Alves... disse...

Muito bom o Blog. Passe lá pelo http://taosofia.blogspot.com/ quando tiver um tempinho.
Abraço.

Guacira Maciel disse...

Olá, bom dia.

É...é isso mesmo; quando fazemos qualquer escolha, em qualquer dimensão, deixamos algo por dizer ou fazer.
Por isso acho a Arte tão fantástica! através dela sempre temos mais uma possibilidade de escolha; através dela, podemos não ser apenas aquele eu primordial pelo qual optamos quando fazemos nossas escolhas, e temos a chance de expressar os eus que subjazem...porque sendo unicos somos tão plurais que muitas outras representações ficam sem se expressar.
Gostei do seu blogue, um abraço.
Guacira (http://gpoetica.blogspot.com)

Pearl Store disse...

Gostei :)
Visita o meu e adiciona-me no facebook que eu faço o mesmo.
Bom fim de semana*

Hermínia Nadais disse...

Este texto está demais!
Como vai, amigo?
Felicidades!

MarisaGabriela disse...

Muito sábio e prático. A vida é o que fazemos com ela. Não há que complicar ou dramatizar.
Lindo, esse texto vem bem a calhar na minha trajetória presente.
Obrigada ao/à autor/a
<3